terça-feira, 28 de agosto de 2012

           Os meses foram passando e eu comecei a tomar coragem de conversar com as amigas dela, só que o medo tomava conta de mim quando se tratava de me decepcionar com Bia e eu estava apavorada sem saber como seria minha vida sem ela. Só que Bia continuou com muito mistério, muita desculpa, muito segredo, muito tudo e eu não sabia mais o que fazer, então resolvi perguntar tudo sobre a vida de Bia a uma amiga dela a May, primeiro eu fiz a maior amizade com ela, depois quando eu senti que ela me falaria a verdade procurei informações. 

Marmara - Me fala a verdade, que série Bia faz? 
May - Olha Mah, eu gosto muito de você e para ser sincera nunca senti que você gostasse mesmo de meninas, isso é minha opinião, claro, mas a Bia não faz cursinho como ela diz. 
Marmara - E ela faz o que? Ela anda fumando? Você já viu ela me traindo? 
May - Ela esta no primeiro ano ainda, ela fuma todos os dias quando sai da escola ... Não quero que venha confusão pro meu lado, mas é injusto o que ela faz contigo.
Marmara - Ela já me traiu May? Não se preocupe, você confia em mim? 
May - Já. =/
Marmara - Com quem? 
May - Dai a que ela chama de filha. 

             Nesse dia o meu mundo caiu, eu confesso que estava preparada para surpresas, mas não para tantas, eu confiava demais nela, eu estava em casa e não tinha ninguém para contar, tive que esperar cair a noite para poder chorar em silêncio, mandei uma mensagem para Bia e ela continuou negando, até que eu falei tudo o que sabia, ela quis saber quem havia me contado, eu disse que não importava e ela confirmou tudo, menos que havia me traído, terminei com Bia e passei a noite toda aos prantos, porque ela era sim o amor da minha vida, eu não me imaginava sem ela e eu jamais sonhava que ela fosse capaz de fazer tantas coisas comigo.

                 No outro dia quando entrei em contato com Bia ela me disse que tinha passado a noite bebendo, que estava perdida, que não sabia como falar a verdade e jurou nunca ter me traído, só que tinha feito muita merda na noite passada e que uma delas foi ter ficado com a Jack, uma amiga dela da minha cidade que ela saia direto. Meu coração estava partido e eu não sabia mais o que fazer da minha vida. Bia pediu para encontrar comigo pela ultima vez, eu dizia que jamais queria vê-la, porque eu sempre conversava com ela e não era certo o que ela havia feito a mim, porém depois de vários pedidos eu concordei em encontrá-la pela ultima vez. Como seria para mim encontrar alguém que foi capaz de mentir olhando no meu olho?                

sábado, 25 de agosto de 2012

            Minha felicidade era plena, um amor sem tamanho, sem limites, eu ultrapassava qualquer medo por a Bia, porque para mim aquele pedido de casamento foi a maior prova de amor que eu recebi na minha vida. Fugi algumas vezes para vê-la, fizemos amor no quarto dela na cidade que ela morava e detalhe o avô dela estava em casa e ficava chamando por ela o tempo inteiro atrapalhando o nosso momento, mas enfim foi perfeito e mais perfeito ainda foi ver fotos minha na porta do quarto, na capa do caderno dela e tudo  para mim era prova do quanto ela me amava e se importava comigo.
            Conheci as amigas dela, fui na escola dela, andamos de mãos dadas sem medo de ninguém, ela me deixava muito segura. Nos beijamos na rua, nos provocamos e fizemos amor em lugares inusitados. Um desses lugares foi a pracinha da cidade dela, tudo muito discreto para ninguém perceber. A nossa vida estava perfeita e eu estava muito, mais muito feliz e fazia tudo por ela. 
            Sempre fui muito ciumenta, porém eu confiava nela, afinal ela era o amor da minha vida e  foi a mim que ela escolheu para viver o resto da vida dela, era comigo que ela fazia planos de ter filhos, de morar fora, de construir uma estrutura familiar, a gente não brigava, ela também fazia tudo por mim e eu vivia sempre em busca de agradá-la de alguma forma. Porém todo relacionamento tem sua crise e estava chegando o dia da nossa. 
             Bia escondia de mim muitas coisas, mas eu sempre perguntava a ela o que estava acontecendo,  porque eu sempre fui muito aberta com ela a respeito de tudo da minha vida, só que eu conhecia ela, conhecia aquele olhar e sabia que tava acontecendo algo, pois tentei mexer na bolsa dela por duas vezes e ela não aceitou, tentei pegar no caderno dela e ela não deixou, eu conversava muito com ela, porque eu sou uma pessoa bastante desconfiada, acho que foi uma mania que peguei com minha mãe, enfim eu não estava enganada e de tanto eu perguntar Bia veio me dizer que estava doente, que era um problema de infância que ela tinha no coração, mas ela não estava preparada para falar sobre aquilo e que dentro da bolsa estavam os exames dela, eu aceitei calada, mas eu tinha certeza que estava faltando alguma coisa.
                A estrutura do nosso relacionamento foi ficando fraca e eu cheguei a um ponto de não aguentar mais por não saber o que estava acontecendo e comecei a estourar aos poucos, até que Bia disse que os dias dela estavam contados e ela não teria muito tempo de vida, que doía bastante nela fazer planos comigo que ela não poderia realizar, mas que eu era a única coisa boa que apareceu na vida dela e que estava fazendo bem para ela e a saúde dela, que era o ponto mais importante para mim.   

quarta-feira, 22 de agosto de 2012


      Como eu disse estava próximo do meu aniversário, porém minha mãe preferiu me entregar o presente bem antes, foi um pouco sem emoção, ela me deu um pingente com a inicial de meu segundo nome, foi um momento mais triste que um momento alegre, eu quis chorar, mas ela me entregou na rua, então eu "engoli" o choro, ouvi os conselhos dela por causa de tudo que tinha acontecido e mais nada. Minha relação com minha mãe estava bastante fria e isso me fazia muito mal. 
            No dia do meu aniversário eu iria ter aula normal, pela manhã Bia marcou de me encontrar em um supermercado que tem vizinho a minha casa e eu fui até ela. Quando cheguei lá ela estava escondendo algo, tirou das costas, abriu e me mostrou, era meu presente e dentro da caixinha preta tinha uma aliança com um coração lindo, eu fiquei mais que feliz, ali eu vivi o momento mais importante e emocionante da minha vida, foi na ultima seção do mercado que ela me pediu em casamento, eu aceitei, claro, aquele momento pareceu eterno e ao mesmo tempo bem curto, foram segundos inesquecíveis. Eu não chorei, porque eu estava em um momento único de felicidade e naquele instante faltou apenas o beijo. 
            Aquele dia foi o mais perfeito do mundo, só por causa daquele imenso detalhe que me fez ter a certeza que ela era a mulher da minha vida, eu não senti falta nem dos parabéns dos que esqueceram de mim, eu não fiquei triste nem por minha mãe não ter me dado felicitações da forma que ela fazia todos os anos. Eu sabia que minha mãe não faria festa, afinal eu nem estava merecendo, fui para faculdade e quando cheguei em casa encontrei um bolo no guarda-roupas, confesso que aquilo me deixou muito mais feliz, afinal seria uma prova de que minha mãe não me abandonou e não deixaria passar em branco os meus tão esperado 18 anos. 
           Entretanto eu estava muito enganada, pois quem tinha organizado a minha "festinha" não foi a minha mãe e sim a minha madrinha, algumas pessoas de minha família foram para minha casa e aproveitamos para cantar parabéns por a alegria que minha cachorra tinha me proporcionado em tão pouco tempo em que estava com a gente. Depois de meu aniversário aconteceu um problema na casa de minha madrinha que fez mais ou menos as turbulências dentro de minha casa passar. Porém minha mãe sempre demonstrava que não estava bem e que tudo ainda abalava bastante ela.   

domingo, 19 de agosto de 2012

          Eu não fui embora como minha mãe mandou, tentei me reerguer, minha mãe deixou eu ir a festa, em um dos dias fui com minha prima mas fiquei a maior parte do tempo ao lado da Bia, mas não nos beijamos, ficamos entre amigos, sentei no colo dela e me senti a pessoa mais realizada do universo, já no dia em que fui com meu amigo sai da festa com a Bia, fomos para uma rua sem movimento e nos beijamos, mas eu realmente não estava muito bem e falei a ela que não estava preparada para beijos depois de tudo o que tinha acontecido em minha casa. 
           A gente se viu pouco nesse mês, mas continuamos conversando, porém pouco por mensagem, pois eu tinha falado a minha mãe que trocava mensagens com ela, então eu tive que super controlar todos os meus passos e falar com ela mais por msn e através de ligações quando dava claro e as mensagens a gente só trocava na hora da minha aula. 
          Em um de nossos encontros, o primeiro na casa dos avós de Bia que fica na minha cidade, fizemos amor no quarto escurinho que pertencia a mãe de Bia quando criança, foi muito intenso e com muito amor, quando cheguei ela me deu beijos, me abraçou, começou a me tocar e já foi arrancando minha roupa, no momento em que eu sentei com o meu intimo direcionado a boca dela, ela começou a me sentir com a boca e a me dar muito prazer, eu sentia sua língua penetrando em mim, ela puxava meu clítoris e quando eu estava ao ponto de chegar em um orgasmo profundo a Mih abriu a porta do quarto, pois é, não estávamos a sós na casa, porque a esposa do tio de Bia morava e estava lá e a porta não tinha tranca, entretanto a Bia havia me garantido que ninguém entraria lá e por ironia do destino ela entrou para nos atrapalhar, ela ficou assustada , Bia empurrou a porta com o pé e ela saiu no mesmo segundo. Fiquei um pouco tensa e quase não conseguia voltar para o clima que estávamos. 
           Depois de um tempo voltamos a fazer amor, ela me deu muito prazer, como sempre, afinal ela é perfeita. Na hora de sair fiquei com muita vergonha e sai bem caladinha de lá para não olhar no rosto de Mih. Nos encontramos em outro lugar nesse mesmo mês, que foi na casa da amiga da prima de Bia, pois não poderíamos ir na casa da tia de Bia, porque o marido da tia dela disse que não aceitava a gente namorando na casa deles e eu também estava com muita vergonha de ir a casa da avó de Bia. Então a solução foi procurar outro lugar, e encontramos através de Debora a prima de Bia, a primeira vez que fomos a casa dessa amiga fizemos amor bem rapidinho, porém eu também sai com vergonha de lá, mesmo sem termos sido pegas por ninguém, fiquei com vergonha porque a casa estava cheia de gente e eu ainda estava com medo de alguém ir contar a minha mãe. 
             Outubro estava chegando e como todo final de mês eu ficava torcendo para o outro mês ser melhor do que o que passou e parece que os ventos estavam soprando para o meu lado, pois é inicio de outubro e dia 3 seria meu aniversário, eu iria completar 18 anos e nós estaríamos fazendo cinco meses de namoro. 
             O que será que vai acontecer nesse mês? 

    

sexta-feira, 17 de agosto de 2012


         Tentei fugir, mas não consegui, minha mãe me agarrou pelo braço e subimos as escadas. Fomos direto para a porta de meu quarto, quando ela disse:

Minha mãe - Você quer ser "sapatão" então vai ficar que nem uma. (Me deu murros nas costas e tapas no rosto, foi na gaveta da cozinha e voltou com uma tesoura, me jogou no chão e começou a cortar meus cabelos.)

            Eu não fazia nada além de chorar, eram prantos intensos e ela mandava eu ficar calada para ninguém ouvir, me batia cada vez mais e com muita força. Meu cabelo ficou bem curto e cheio de pontas, doeu muito, mas o que mais doeu foi a rejeição de quem eu pensei que estaria ao meu lado em todas as minhas decisões. Ela perguntou se era isso que eu queria e eu não respondia nada, quando depois de tudo que ela fez ela disse que aceitaria. Eu fiquei feliz, ela foi deitar e começou a passar mal, eu liguei para Bia me ajudar , mas minha mãe tornou e disse que não queria a Bia na casa dela, que aceitava, mas não queria me ver falando com ela em nenhum lugar. 
           Bia já estava a caminho da minha casa, quando chegou tocou a campainha e eu nem desci, disse da sacada apenas que ela tava melhor e que ela tinha aceitado nós duas, Bia saiu muito feliz e me chamando de meu amor, porém quando eu entrei minha mãe começou a jogar coisas na minha cara e dizer que não aceitava mais. Eu disse apenas que gostava da Bia, mas ela me fez prometer nunca mais dar atenção a ela, porque ela não tinha me criado para ser lésbica. Eu comecei a sofrer muito a partir desse dia. 
           Embora minha mãe tenha me pedido desculpas, afirmou ter-se arrependido de ter cortado meu cabelo, mas não se arrependeu de me bater, mandou eu ir em um cabeleireiro ou ela mesma ajeitava, eu preferi que ela não me tocasse para reparar algo que ela tinha tornado triste, ela me abraçou, mas disse que estava magoada comigo e me tirou tudo o que era mais importante que me deu valor no momento em que eu esperava que ela ficasse ao meu lado. 
           Fomos dormir, mas na verdade ninguém dormiu, a Bia me ligou diversas vezes, mas minha mãe não deixava eu falar direito com ela, só pude dizer que ela não aceitava mais. Minha mãe queria minha felicidade, porém só aumentou meu sofrimento. No outro dia fui mandar ajeitar meu cabelo que estava em uma cor ridícula e cortado da pior forma possível. Falava pouco com Bia, mas continuava a namorando. Cheguei inventando uma mentira no salão, mas tenho certeza que ninguém acreditou, pois minhas costas estavam roxas e eu não sabia e estava usando blusa de alça fina. Comecei a me alimentar mal e a sofrer, ficava horas deitada na cama chorando e lembrando de tudo e me recordo que em um desses dias minha mãe pegou a mala, colocou em cima da cama e falou:

Minha mãe - É isso que você quer? Então faz tua mala e vai com ela. 

              Porém algo me dizia que eu não  deveria fazer isso e eu não queria magoar novamente minha mãe. Eu ja estava muito magra e fui ficando cada vez pior.   

terça-feira, 14 de agosto de 2012

            Eu esquecera aquele assunto do beijo como se jamais tivesse ocorrido. O amor superou tudo e continuamos vivendo nossa vida normalmente, com o meu medo de ser pega por minha mãe e nos encontrando sempre as escondidas como se tudo aquilo fosse errado. Vivendo um profundo e arriscado amor cheio de aventuras, no qual a gente se conhecia cada vez mais e melhor.
          A Bia era doida que eu pintasse novamente meu cabelo de loiro, pois é, ela tinha uma queda por loiras e eu quis fazer essa surpresa para ela, estava perto do período de festas na minha cidade e cairia muito bem uma nova tintura para o meu cabelo, marquei o dia numa cabeleireira que eu não conhecia bem o trabalho e assim que sai da faculdade fui para o salão, só passei em casa para pegar as tintas, marquei com Bia de encontra-la assim que eu terminasse de fazer a surpresa para ela.
          Bia estava agoniada, não estava aguentando me esperar, minha mãe também achou ruim minha demora e a operadora dos nossos celulares estavam sem funcionar, eu até tentei ligar para minha mãe para ela não ir no lugar que eu tava e não encontrar a Bia, porém a tentativa foi em vão, quando a menina estava tirando a tinta de meu cabelo que eu abro os olhos, minha mãe está na minha frente olhando para mim, sendo bastante falsa. Eu fiquei nervosa, pois eu não tinha como avisar a Bia que a minha mãe estava lá.
          Minha mãe falou que iria comprar acarajé, mas nessa ida eu só sei que ela encontrou a Bia e a ameaçou de morte caso ela aproximasse de mim mais uma vez, voltou no mesmo minuto e arrancou o celular de minha mão com bastante velocidade, eu perguntei o que estava acontecendo, já sabendo exatamente a resposta e comecei a me tremer, mesmo sem ela me responder nada.
           Sem ao menos notar que a cor do meu cabelo estava estranha, imaginei milhares de coisas, fiquei totalmente perdida e torcendo para que a menina não terminasse nunca de escovar meus cabelos, minha mãe me olhava com uma cara perversa que me dava muito medo e ficava gesticulando com a boca coisas horríveis dizendo que estava decepcionada comigo.
           Quando a menina terminou com meu cabelo saímos de lá e eu não sabia o que seria de mim, dobramos numa rua esquisita e minha mãe começou a me espancar, levei murros e mais murros do ódio que a minha mãe estava sentindo por mim. Apanhei bastante no caminho e minha mãe dizia:

- Quando a gente chegar em casa vou lhe dar o que você merece e dessa vez você irá sair de casa enrolada apenas em uma toalha.

               Fomos abordadas por Bia e o seu amigo, que era apaixonado por ela, na esquina perto da minha casa.

Bia - Preciso conversar com a senhora.
Minha mãe - Não tenho o que conversar com você e ao meu ouvido dizia, "eu vou lhe matar".
Marmara- Ela vai me matar, me ajuda.
Bia - A gente precisa conversar.

               Chegamos em casa e agora o que aconteceria daqui para frente?
             


domingo, 12 de agosto de 2012


        Chegaram as férias do meio de ano, passou o aniversário dela, no qual ela estava completando 18 anos e eu sabia que passaria um tempo sem vê-la, porque ela teve que ir para a cidade da mãe dela e eu fiquei um tempo na minha cidade e outro viajei com minha mãe e meu tio, que estava praticamente morando em minha casa e iria embora morar em outra cidade. Essas foram as férias mais longas, pois conversávamos menos e trocávamos apenas algumas mensagens durante o dia.
        Lá Bia aproveitou o máximo que pode, reencontrou amigos, saiu, passeou, foi a shoppings e matou saudades de todas as pessoas que ela queria, se sentiu feliz e reencontrou a ex Mari. Já eu passei a maior parte das minhas férias trancada em um micro apartamento e quando saia era com minha mãe ao meu lado. A saudade era imensa, eu chegava a chorar todas as noites de tanta saudade. 
        Finalmente de volta, estava louca para vê-la, mas tinha que esperar as aulas começarem para poder nos encontrarmos, eram muitas novidades, ela me falava que conversava muito com a mãe dela sobre mim, que a mãe dela me amava, porque eu fazia muito bem para ela, porque ela tinha parado de fumar, mas pela primeira vez tive uma noticia ruim vindo dela. 
          Bom, sempre que eu conversava com ela eu perguntava se ela tinha algo pra me contar, se ela já havia mentido para mim, entre outras conversas que mantem a confiança e a estabilidade de um relacionamento, mas ela sempre foi muito fechada comigo e só me falava algo quando eu insistia demais ou pegava no pé dela, de início eu nem insistia tanto, pois nossa amizade ia além de qualquer coisas, nossa estabilidade no relacionamento era enorme.
         Assim, em conversas com ela por msn ela me confessou que tinha beijado outra menina em uma festa que foi com a melhor amiga dela. Nossa aquilo para mim foi um choque enorme, porém não me abalou tanto, porque eu a amava e ela foi mulher suficiente para me contar, entretanto ela me falou que foi um beijo sem querer, que tinha acontecido apenas um selinho, pois elas estavam na pista dançando e se toparam sem querer, mas eu relevei tudo e disse que a amava. Sim, a proposito, o nome da tal menina do selinho é Paula ou como ela mesma chamava, a Paulinha. 
  
        Depois de nossa primeira vez, tivemos muitos momentos especiais e marcantes, mas acho que não estar no tempo certo de contar detalhes a vocês, amados (as) leitores (as), mas vou contar sobre o dia em que minha mãe viajou e me deixou com uma prima dormindo na minha casa. Eu já tinha combinado tudo com a Bia, para ela passar esses dias dormindo comigo, porém infelizmente eu tive a triste surpresa de que minha prima dormiria aqui. 
           Minha prima é jovem, porém evangélica, mas gostava de sair e tem quase as mesma amizades que a minha, então a noite saímos escondidas de nossas mães e fomos andar passamos em frente a casa de Liu e encontramos a Bia que iria dormir lá, de lá fomos em direção a uma avenida movimentada, quando minha prima quis voltar para jogar dominó, só que a Bia tinha recebido uma ligação de um amigo chamando-a para beber e ela disse que iria, assim, ela foi em uma direção e eu voltei com minha prima para casa de Liu. 
          No caminho tentei ligar para Bia, mas não conseguia, meu sangue fervia de tristeza, porque ela falou assim? Porque ela iria beber? Resolvi mandar uma mensagem dizendo que tudo tinha acabado e foi ali o nosso primeiro termino. Ela chegou louca correndo, não tinha nem recebido a mensagem ainda. Sentou-se na calçada de Liu e começamos a conversar besteiras. Quando de repente ela levantou-se com uma expressão extremamente triste e entrou para a casa de Liu. 
          Eu nervosa e sem poder fazer nenhuma expressão facial por conta que minha prima estava lá, fiquei esperando Liu entrar para poder entrar também, minha prima me seguiu, mas não entrou no quarto onde ela estava, eu entrei e a encontrei chorando, queria conversar com ela e ela não me queria me ouvir, ela disse que estava só brincando, eu a beijei e ela se negou e eu prometi que não terminaria com ela mais dessa forma. 
           Para minha prima não desconfiar nós fomos jogar dominó, ela disfarçou a tristeza super bem, porque mesmo tendo conversado com ela, ela ainda estava abalada. Quando terminamos de jogar, que íamos em direção de casa ouvi a Bia me chamando, fui até ela e a ouvi dizer aos sussurros como ela costuma fazer: 

Bia - Eu te amo.
Marmara - Eu te amo muito mais.

          No outro dia, minha prima saiu para trabalhar e a Bia veio para minha casa, foi a melhor manhã da minha vida eu senti com a boca o seu íntimo pela primeira vez, nossa é difícil para mim de descrever, mas era bom, só que era muito, mais muito novo para mim. Ela não podia me sentir, pois eu estava proibida (tpm) para ela, mas eu senti muito prazer em poder tê-la. 
              

sábado, 11 de agosto de 2012

         Passou um tempo e estávamos nos amando cada vez mais, ela me desejava com uma intensidade enorme. Queria me amar de corpo inteiro, mas eu sentia que não era o dia. Sempre nos encontrávamos na casa da tia dela, mas nunca rolava nada além de beijos e amassos. Só que depois daquela festa eu senti que estava chegando a hora. Ela me queria mais que tudo e eu queria a ela.
           Certa tarde fui vê-la as escondidas novamente, ficamos conversando na garagem da casa da tia dela, estavam na casa o marido da tia dela que estava numa salinha próxima a garagem e a prima dela que estava no quarto. Começamos a nos beijar e eu sentia meu intimo ficar excitado, nossa eram sensações únicas quando eu estava ao lado dela e eu não conseguia mais me controlar, nem muito menos ela controlava-se mais. 
           Quando de repente eu sentia aquela mão acariciando minha barriga e descendo cada vez mais para o meu intimo, que implorava por a mão dela e eu não mais a impedia de ela fazer o que quisesse, pois é ela chegou lá, e eu senti pela primeira vez o dedo dela me acariciando ao clítoris da forma mais delicada e correta possível, com uma perfeita sintonia com o meu corpo. Meu intimo estava tão úmido que o seu dedo deslizava penetrando em mim e cada toque dela me deixava com o intimo cada vez mais umedecido e ali eu vivi uma das melhores sensações da minha vida e minutos naquele momento pareciam segundos e segundos pareciam minutos, eu não pensava mais em nada, só vivi o momento da melhor forma que pude, porque ela era o amor da minha vida, era com ela que eu estava fazendo planos para o futuro e para mim o amor prevalece acima de qualquer coisa. 
           Ao sair de lá eu fui o caminho para casa todinho a sentindo como se ela estivesse ao meu lado, me tocando de verdade, eu ouvia cada eu te amo que ela dizia aos sussurros em meu ouvido, passei a noite todinha imaginando aqueles poucos momentos de trocas de caricias e cada vez mais eu me sentia mais confiante que eu tinha escolhido a pessoa certa e que eu seria só feliz ao lado dela, sem nenhuma decepção, sem brigas, só amor e confiança cada vez mais. 
           Cheguei em casa numa felicidade tão imensa que até minha mãe me olhou de forma estranha, porém ignorei, passei a noite toda pensando nela, fazendo planos para a gente, dormir e acordei lembrando de nossa primeira vez e sonhando que teríamos muito mais vezes e viveríamos muita história.
                   


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

         Não deixamos de nos falar, era uma coisa constante e intensa, estávamos triste e feliz ao mesmo tempo. Continuei saindo com Liu, porém certo dia minha mãe me pediu para que eu parasse minha amizade com ela e foi ai que eu cometi um erro, porque ela não tinha culpa de nada, a decisão foi minha e ela não merecia minha ignorância, mas ela era minha amiga e me entendeu perfeitamente o fato de eu ter que me afastar. 
       Passei noites de sufoco em minha casa, não dormíamos direito e minha mãe me desprezava, sofria, chorava calada na dela e eu não podia fazer nada, eu não me alimentava direito e cheguei a uma quase depressão silenciosa. Comecei a ter encontros escondidos com Bia, eram pouquíssimos, mas eram únicos, eu sempre me sentindo ótima ao lado dela, tremia mais que tudo de nervosa com medo que minha mãe descobrisse, ela me dava chocolate, fazia tudo o  que eu pedia e tinha dias que ela vinha para minha cidade só para me ver na varanda de longe e ia embora com uma felicidade imensa e eu ficava realizada de vê-la fazer isso por mim. (Chego a chorar só de lembrar)
           Enfim, as festa juninas chegaram e eu super me animei para ir, pois seria uma forma de ver o meu amor, marquei com uma prima implorei a minha mãe para deixar-me ir, peguei o melhor vestido do armário, o melhor salto, maquiagens, perfumes e tudo para ficar o mais linda possível para ela e parti para me arrumar na casa de minha tia. Porém nisso tudo faltava um detalhe muito importante, não tínhamos oficializado o que eramos uma da outra e isso me deixava muito triste.
          Na hora da festa a encontrei toda linda, com o seu amigo babão que era apaixonado por ela, que eu não suportava, mas aturei porque estar com ela era tudo. Ao som de uma banda que salvo me engano, era sertaneja, ouvimos o cantor falar "Quem ta solteiro ai levanta a mão" e eu como uma otária levantei, mas foi ótimo eu ter feito isso, porque a Bia chegou ao "pé do meu ouvido" e disse:

Bia - Ta solteira é?
Marmara - E não?
Bia - Você é minha namorada. (Quis sair)
Marmara - A mas eu não sabia. (Segurei na orelha dela e comecei a falar coisas que a deixaram com muita vontade de me beijar alí na frente de todos, mas não podíamos, pois minha prima estava lá perto.)

        Fomos encontrar com a Liu e no meio daquela multidão de gente andávamos coladinhas e de mãos dadas, nossa era a melhor sensação do mundo sentir o corpo dela junto ao meu, juro que fiquei muito excitada. :S 

           A banda principal terminou de tocar, a Bia me falou que teria que ir embora, pois ela estava com seu pai, que estava na cidade visitando-a, assim ela foi encontrar com ele e eu fui com minha prima comprar um espetinho de carne, quando sinto por traz aquele beijo na bochecha, era ela me chamando para conhecer o pai dela. 

Bia - Essa é Marmara, minha "amiga".
Marmara - Oi, tudo bem? (Com muita vergonha e me tremendo por dentro)
Pai da Bia - Oi. (Direcionou-se a Bia) Filha você sabe que as portas da minha casa estão abertas para vocês e papai aceita com todo prazer. 

        Foi ou não a melhor festa do mundo? Eu fiquei com os olhinhos brilhando de felicidade, esqueci qualquer problema que eu tinha na minha casa, minha primeira aprovação e isso me fez um bem tão grande, me senti tão realizada e a noite só não foi mais perfeita, porque não pude beijá-la.    


quinta-feira, 9 de agosto de 2012


     Só tinha uma escolha, a de ligar para ela e dizer tudo que minha mãe mandou:

Bia - Oi, o que ta acontecendo? Vc ta bem? Vai voltar? 
Marmara - Não me procure nunca mais, me esqueça. (Meu coração sofria de dor, eu não derramava uma lágria, porque por dentro eu tinha uma pessoa fria, mas eu sofria como nunca.)
     
       Liu e sua mãe foram embora e eu fiquei sofrendo com a minha dor sem saber como ela estava depois dessa ligação e eu era uma pessoa que seguia tudo o que minha mãe mandava. Estava só com a roupa do corpo e um short, não tinha quem fosse buscar minhas coisas, minha mãe trabalhava a tarde, mas não me recordo se ela foi nesse dia. Só sei que pela primeira vez desobedeci a ela, entrei em contato com a Bia e em um dia de aula bem desesperada, pois eu tinha que arrumar um emprego e meus documentos estavam na  cidade dela, liguei para outro amigo o Andy, não expliquei nada a ele, só chorei e pedi que ele me ajudasse. 

Andy - Eu lhe ajudo, mas o que esta acontecendo?
Marmara - Não pergunta nada, por favor vai buscar minhas coisas que estão na casa de uma amiga, eu preciso muito de sua ajuda. 
Andy - Quem é essa amiga? 
Marmara - Ela vai lhe procurar.

       Liguei para a Bia, combinei tudo com ela, ela foi com ele, minha aula acabou, fui para casa e quando cheguei lá me deparei com meu tio em minha casa. Senti um alívio enorme, porque era um tipo de salvação para o clima da minha casa ficar menos pesado, mas e se eles chegassem com minhas coisas como eu iria entrar em casa? Fiquei ansiosa esperando eles chegarem, minha mãe não tinha tomado meu celular, coloquei no silencioso e tremia muito na espera. Quando finalmente recebo aquela mensagem me mandando descer. Minhas coisas vinham todas desarrumadas, a Bia não quis ficar e nem poderia, então quando ela estava saindo a chamei e cochichei ao seu ouvido pela primeira vez. 

Marmara - Eu te amo. (Eu senti o quanto fez bem para ela ouvir isso, ela estava estranha, olhos fundos, cabelo estranho, feições tristes, desapontada e carregando o seu mistério no olhar.) 
Bia - Eu também te amo. 

         Depois disso ela foi embora com o seu amigo que era apaixonado por ela e eu fiquei alí a carregar minhas coisas com a ajuda de Andy, tudo ficou ao meio da escada e eu coloquei-as no meu quarto tão rápido, quanto um rato quando quer pegar um queijo, que ninguém notou. 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

       Na volta recebo mensagens, eram de ligações da minha mãe, provavelmente ela já tinha visto que eu tinha ido embora, de repente aquela ligação, era a minha mãe, mil coisas passaram em minha cabeça em apenas um segundo, atender ou não? O que eu iria dizer? O que ela estava pensando? 

Marmara - Oi mãe.
Mãe - Você esta aonde? Venha para casa agora, você esta com quem?
Marmara - Estou aqui mãe, não vou.
Mãe - Venha ou vou chamar a polícia, você é menor de idade, dois minutos para você chegar. 
Marmara - (Desliguei)

         Fiquei nervosa e disse vamos agora, ela vai chamar a polícia. O caminho da entrada da cidade para a minha casa foi o mais complicado, eu tremia inquieta sem saber o que seria de mim, minhas coisas estavam todas na casa de Bia e eu iria encontrar a minha mãe. Deixamos Bia em uma esquina perto da minha casa e fomos para minha casa. Ao chegar lá, apelei para Rique subir comigo como forma de proteção, minha mãe disse: 

Mãe - É isso que você para sua vida?
Marmara - Você me expulsou de casa, esse agora é meu futuro. 
Mãe - Você não vai voltar pra lá. 
(Enquanto estávamos em silêncio toda aquela noite atormentante martelava em minha cabeça, eu estava realmente perdida e não conseguia fazer nada, pois eu tinha esperança que minha mãe me aceitaria, afinal ela já tinha dito isso, mas eu não fui inteligente ao ponto de chegar nela para conversarmos.)

           Logo depois Rique saiu e Liu com sua mãe chegaram em minha casa. Começamos uma conversa tensa, onde a mãe de Liu disse coisas horrendas de Bia.

Mãe de Liu - Ela é rejeitada, vive com os avós, fica pulando de casa em casa, da muito trabalho, não quer nada com a vida. (Entre outras coisas.) Por que você não ficou na minha casa e por que você mentiu para mim? (Direcionada a mim)
Marmara - (Não consegui responder nada.)
Minha mãe - Você vai ligar pra ela agora e dizer que esta tudo acabado, tente pegar suas coisas e mande ela nunca mais se envolver com você.

              Eu fiquei perdida, afinal eu sentia algo muito forte por a Bia, mas e minha mãe? O que eu iria fazer? 
    

terça-feira, 7 de agosto de 2012

          Como iríamos fugir? Sim, estávamos fugindo e eu só pensava em não voltar mais, por vergonha, medo, decepção, por estar abandonando minha mãe e ferindo muita gente quando descobrissem o motivo. Pensei muito e me veio em mente o nome da pessoa que poderia me ajudar, claro o Rique, como não pensei antes? Liguei para alguns contatos e peguei o numero dele. Não disse nada além de que precisava da ajuda dele e de um carro. Ele conseguiu um carro e veio até a minha casa quando me pediu uma explicação:

Rique - O que esta acontecendo?
Marmara - Eu gosto de uma menina e minha mãe descobriu.
Rique - O que? (Com as mãos tremulas) Não estou acreditando, você? A menina que todo menino deseja. Não acredito Marmara. Por que isso? Me explica?
Marmara - Não tenho muito tempo, me ajuda por favor, minha mãe chega daqui a pouco, temos que ir e é pra fora da cidade. 

           Para o dono do carro deixar a gente sair tive que mentir para ele e fomos busca o restante das minhas roupas na casa da lavadeira, menti para ela também dizendo que iria viajar, juntei tudo e só joguei na mala do carro. Só que tínhamos outro imenso problema, falta de dinheiro, então liguei para Liu chorando, fui no trabalho dela e ela conseguiu dinheiro com a mãe dela, tive que ir buscar na casa dela e mais uma vez a terceira mentira: 

Mãe de Liu - Vamos conversar o que esta acontecendo?
Marmara - Minha mãe me expulsou de casa e eu vou para a casa de uma prima minha em outra cidade e preciso de dinheiro.
Mãe - O que vc fez? Cade suas coisas? Traga pra cá, fique aqui.
Marmara - Minhas coisas estão no carro, não posso ficar aqui. (aos prantos sai correndo)

              Fomos para a casa da avó de Bia, o caminho não foi longo, eu me sentia feliz e segura, mas via que tinha muita coisa a ser esclarecida, sentia na pele o medo que a Bia sentia, minhas carnes tremiam por dentro de forma incontrolável, meu choro cessou, veio o sorriso em minha face. Chegamos, enfim chegamos a meu novo lar, passamos por uma estrada de terra complicada, carregamos minhas coisas nas mãos correndo, jogamos tudo em cima de uma cama, de todo jeito, mas não podíamos ficar lá, pois estava apenas o avô de Bia. Ter que voltar para mim era um problema, mas era nossa única solução, teríamos que ficar na casa da tia de Bia. O que seria de mim e do meu futuro agora?      


          Depois do primeiro beijo passamos alguns dias sem nos vermos, porém nos falávamos com uma frequência grande e era incansável ficar falando com ela, sempre tínhamos assunto e nos fazia muito bem. Mais uma vez ela começou a ir a minha casa, certo dia estávamos em meu quarto, ela levou o violão e ficamos trancadas, eu, Bia e Liu, entretanto minha mãe chegou de surpresa e quase nos pega aos beijos. 
              Desde esse dia minha mãe ficou desconfiada, ela foi embora até mais cedo, era um dia de domingo e o avô, de duas amigas minha e de Liu, tinha falecido e fomos vê-las, na volta minha mãe estava passando roupa e eu sentei no sofá, quando ela me perguntou: 

Mãe - O que está acontecendo?
Marmara - Nada mãe. 
Mãe - O que essa menina quer com você? Ela esta vindo muito a nossa casa e eu não estou gostando disso.
Marmara - A senhora ta querendo dizer o quê com essa afirmação? Ta dizendo que sou lésbica?

           O clima não estava muito bom na minha casa e minha mãe no fundo sabia o que estava acontecendo. No entanto, não disse nada a minha mãe, tinha vontade, mas eu tinha certeza que ela não iria aceitar, fiquei me achando tola, burra e me sentindo a pior pessoa do mundo, eu ainda não tinha dito pessoalmente que amava a Bia e nem achava que fosse o momento ideal, mas eu sentia que era muito forte e minha mãe precisava saber daquilo. 
           No dia nove de maio de dois mil e onze Bia disse que estava vindo me ver, ficou me esperando no ponto onde o ônibus me deixava, eu fiquei muito feliz com a presença dela, estava querendo dar um jeito de ficar só com ela em casa, mas minha mãe ia ao cabeleireiro e queria que eu fosse com ela, aceitei numa boa e a Bia também, só nos vermos já era o suficiente, quando eu ia com minha mãe ao salão de beleza encontrei a Bia novamente na porta da ex-namorada a Cah, dei um oi sem importância e segui, voltamos para casa e Liu foi para lá, porque tinha saído mais cedo da universidade, logo depois a Bia também foi pra minha casa e fomos ver o meu dvd de 15 anos, nisso me deu uma vontade enorme de dar um selinho em Bia  e eu o fiz, mas não esperava que a minha mãe estivesse na porta a nos olhar. 
            Fiquei sem saber como agir, o que falar, o que pensar, pois o mundo da minha mãe caiu quando me viu beijando uma menina, porém minha mãe é muito educada, pediu que as meninas saíssem para poder conversar comigo e começou a detonar, quebrou computador, me esculhambou de todas as formas que ela pode, me expulsou de casa, quebrou perfumes e passou o resto da noite arrasada, assim como eu, pois a nossa relação de confiança foi destruída com uma simples coisa. No dia seguinte, ela me mandou arrumar um emprego, pois eu teria que me sustentar. 
           Eu liguei para a Bia que passou a noite me ligando, mas eu não podia falar. Ela foi para minha casa, pois ela tava na cidade, na casa da tia dela, porque a avó dela estava viajando. Juntei todas as minhas coisas em sacolas, bolsas e tudo mal organizado, a Bia chegou e disse que me levaria para morar com ela e que cuidaria de mim, mas por enquanto eu teria que ficar sem fazer faculdade e entre outras coisas pesadas que acontecem quando alguém que não tem estrutura tem que sair de casa. Só que teve um problema, não tínhamos carro, então, quem nos levaria? 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

            Dentre tantas conversas por msn, sem nós vermos mais, sem sabemos como era o semblante uma da outra de perto, chegou o tão esperado dia em que Bia tomou coragem e declarou-se para mim. Nossa, fiquei super sem saber o que fazer ou falar, afinal era uma menina dizendo que estava gostando de mim e isso mexeu bastante comigo. Senti um alivio como se eu esperasse isso a uma eternidade e uma imensa euforia por nunca ter me relacionado com meninas. 
          Primeira coisa que fiz foi correr atrás de Liu para conversarmos sobre o assunto, não dizia que não queria e também não afirmava que queria, mas o meu coração já sabia no que iria dar essa declaração. Chegou então nossa primeira complicação, estava sendo difícil nos encontrarmos, quanto mais a Bia se programava para me ver mais dava errado e ela não vinha. 
         Até que em um dia normal, para ser mais precisa dia três de maio de dois mil e onze, recebo aquele sms dizendo: "estou indo te ver".
           Meu coração palpitou bastante, eu estava com minha pior roupa e não teria como trocar, estava na faculdade, que é bem longe da minha casa, meu cabelo estava horrível, mas nada disso me abalou, pois iria encontrar com ela e aquele encontro seria decisivo. O que tornou tudo pior foi a hora que não passava. Enfim chegou o grande momento de encontrar com ela, eu estava em uma lanchonete perto da minha casa e ela vinha com Liu, tão linda, cabelos curtos e lisos caindo nos olhos, com uma blusa preta, calça e de tênis. Fiquei super sem ação, ganhei um beijo na testa e só fui capaz de dizer um Oi, nossa me senti a pessoa mais tola do mundo, saímos andando em direção a minha casa e fizemos Liu perder a faculdade. Minha mãe me ligou comprei um lanche para ela e desmarquei a ida na casa da minha tia com ela, fomos para minha casa. 
            Ao chegarmos em casa ficamos jogando conversa fora e eu esperando que Bia fizesse alguma coisa, mas nada, não tentou me beijar, olhava para mim de vez em quando e eu cheguei a pensar que ela tinha desistido de querer algo comigo. Minha mãe saiu e voltou e nada, fomos assistir ao filme de Bruna Surfistinha e eu já estava vendo a hora do filme acabar e não rolar nada entre a gente, quando Liu foi ao banheiro e Bia tentou me beijar, mas eu resisti, quando ela pensou que eu não queria, eu fui e a beijei. Foi o melhor beijo da minha vida, Liu voltou e a vergonha de beijar na frente dela passou, ficamos trocando carinho e o clima foi esquentando, subi em cima dela e senti pela primeira vez todo o fogo do corpo dela, era algo tão incomum, tão gostoso de sentir, mas ela me respeitou em todos os momentos e tenho certeza que foi por isso que a noite terminou em um lindo e sincero "EU TE AMO" dela para mim. *----*       
            Minhas esperanças de entrar no mundo dela tinham acabado. Porém no outro dia a primeira coisa que fiz foi procura-lá para conversarmos. Nossa ela estava online e a primeira coisa que aconteceu foi ela falar comigo. Tivemos muita conversa, eu perguntava muito sobre a vida dela, ela tinha 17 anos, namorava a Cah,  era descolada, saia bastante, trabalhava na empresa da mãe, tinha parado de fumar porque eu tinha pedido, ensinava em um cursinho de uma escola da cidade dela e ainda me dava muita atenção. *---* Perfeito uma amiga assim, não é? 
            Comecei a me envolver muito com as histórias dela, eu estava na faculdade, matava aulas e aulas pra ficar teclando com ela e contava os segundos para ir para casa ficar até duas horas da manhã olhando ela tocar violão, quando em um dia ela chegou com uma super novidade:

Bia - Cah terminou cmg.
Marmara - Pq?
Bia - Ela acha q eu tava traindo ela, mas pela primeira vez na vida não trai. 

           Nossa, confesso que foi a noticia melhor do mundo, só que tinha um problema, ela amava outra menina a Mari e nem fazia questão por a Cah ter terminado com ela. 

Marmara - e vc ta bem? 
Bia - sim, eu não gosto dela. 
Marmara - Vc ama alguém? 
Bia - tive uma pessoa q minha mãe me separou dela e me trouxe pra morar com minha avó, mas eu errei com ela, estava namorando Mari e Jeh ao mesmo tempo, mas elas descobriram, perdi as duas, mas Jeh era uma pessoa mt fria e não fez mt diferença.

             Esta confissão foi super tensa pra mim, como alguém que ama outra é capaz de trair? Mas algo me atraia na Bia, talvez fosse o perigo ou olhar triste dela, o mistério, só sei que tinha algo que nos fazia ficar muito próximas  e eu sabia que eu tinha que fazer algo por ela. 

domingo, 5 de agosto de 2012

          A mais de um ano descobri uma amizade incomum. Pois é, durante esse pouco tempo, que pra mim considero eterno vivi e vivo intensos momentos, porém estou vivendo um momento com um pouco mais de calma, mas para que tudo fique claro e que eu não antecipe muita coisa, darei "entrada" ao início. rsrs 
           Tinha acabado meu ensino médio, estava no período de férias, sempre tive poucas amizades e como moro apenas com minha mãe ela me superprotege por eu ser menor de idade e filha única. Moro em cidade pequena e é costume as pessoas irem pra uma praça ficar batendo papo, curtindo violão e falando da vida dos outros, eu não era muito de sair, mas gostava bastante, certo dia marquei de sair com uma amiga, a Liu, que quando chegou a minha casa levou a prima Bia. Bom, já era a segunda vez que eu via essa tal da prima de minha amiga, não tive nem muito contato com ela, pois a primeira vez foi no velório do pai da minha amiga. 
          A  Bia  morava em uma cidade próxima a minha, mas vinha sempre que dava pra minha cidade. Meu primeiro contato com ela mais amigável foi por o msn de Liu, quando ironicamente estávamos tentando esclarecer uma confusão que acabara de acontecer. Pois é, EU era o motivo principal da confusão, pois tinha ficado com o primo de Liu que não era solteiro e a namorada dele descobriu e veio brigar comigo e com Liu, mas Liu tinha ido passar uns dias na casa de Bia que estava se passando por ela no msn. Enfim, só sei que dessa briga eu adicionei a Bia e começamos a ter um contato enorme.
         Nossa passávamos horas conversando dia após dias, íamos dormir super tarde e a Bia foi a pessoa que esteve ao meu lado no período em que mataram meu tio. Eu me sentia bastante protegida, porém todo mundo tem defeito e o dela era o cigarro, ela tinha muitos problemas e o cigarro era uma forma de escapar deles. Dia 22 de abril de 2011 viramos maridas, de brincadeirinha claro, porque Bia tinha uma namorada a Cah, mas eu ainda não sabia e eu HÉTERO! 
         Mais uma vez Liu foi me pegar para sair, nisso eu ja tinha o numero da Bia e ela estava na cidade, liguei para ela dizendo brincadeiras, para ela não me trair e queria vê-la, porque no fundo eu gostava muito dela. Fomos para praça e eu super ansiosa para ver a Bia quando a vejo: 
Marmara - Oi, tudo bem? Tava me traindo?
Bia - Oi, não, essa é minha namorada Cah. (Vinha fumando)
Marmara - Oi (me ruendo de ciumes por dentro, pego o cigarro de  Bia  e jogo fora)
         Elas saem e eu fico toda desconcertada o resto da noite, até não aguentar mais e chamar Liu pra ir embora, com uma imensa vontade de passar por o lugar onde ela estava com a tal namorada. Pois é, fomos e passamos por lá, meu primeiro abraço nela, nem estava na hora que minha mãe tinha mandado ir mas tinha acabado de perder a noite, por imaginar que ela tinha uma vida perfeita e que eu nunca faria parte dela. 

Um café?


"Então, esta é a minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim."
— As Vantagens de ser Invisível
Esta frase foi a melhor forma de começar a descrever algo que, de forma resumida ou não, é minha vida. Tenho 18 anos e durante o decorrer dessa história não falarei o meu nome verdadeiro, usarei apenas Marmara. Então, convido você, amado leitor, a apreciar um pouco da minha história. Aceita um café?