quinta-feira, 9 de agosto de 2012


     Só tinha uma escolha, a de ligar para ela e dizer tudo que minha mãe mandou:

Bia - Oi, o que ta acontecendo? Vc ta bem? Vai voltar? 
Marmara - Não me procure nunca mais, me esqueça. (Meu coração sofria de dor, eu não derramava uma lágria, porque por dentro eu tinha uma pessoa fria, mas eu sofria como nunca.)
     
       Liu e sua mãe foram embora e eu fiquei sofrendo com a minha dor sem saber como ela estava depois dessa ligação e eu era uma pessoa que seguia tudo o que minha mãe mandava. Estava só com a roupa do corpo e um short, não tinha quem fosse buscar minhas coisas, minha mãe trabalhava a tarde, mas não me recordo se ela foi nesse dia. Só sei que pela primeira vez desobedeci a ela, entrei em contato com a Bia e em um dia de aula bem desesperada, pois eu tinha que arrumar um emprego e meus documentos estavam na  cidade dela, liguei para outro amigo o Andy, não expliquei nada a ele, só chorei e pedi que ele me ajudasse. 

Andy - Eu lhe ajudo, mas o que esta acontecendo?
Marmara - Não pergunta nada, por favor vai buscar minhas coisas que estão na casa de uma amiga, eu preciso muito de sua ajuda. 
Andy - Quem é essa amiga? 
Marmara - Ela vai lhe procurar.

       Liguei para a Bia, combinei tudo com ela, ela foi com ele, minha aula acabou, fui para casa e quando cheguei lá me deparei com meu tio em minha casa. Senti um alívio enorme, porque era um tipo de salvação para o clima da minha casa ficar menos pesado, mas e se eles chegassem com minhas coisas como eu iria entrar em casa? Fiquei ansiosa esperando eles chegarem, minha mãe não tinha tomado meu celular, coloquei no silencioso e tremia muito na espera. Quando finalmente recebo aquela mensagem me mandando descer. Minhas coisas vinham todas desarrumadas, a Bia não quis ficar e nem poderia, então quando ela estava saindo a chamei e cochichei ao seu ouvido pela primeira vez. 

Marmara - Eu te amo. (Eu senti o quanto fez bem para ela ouvir isso, ela estava estranha, olhos fundos, cabelo estranho, feições tristes, desapontada e carregando o seu mistério no olhar.) 
Bia - Eu também te amo. 

         Depois disso ela foi embora com o seu amigo que era apaixonado por ela e eu fiquei alí a carregar minhas coisas com a ajuda de Andy, tudo ficou ao meio da escada e eu coloquei-as no meu quarto tão rápido, quanto um rato quando quer pegar um queijo, que ninguém notou. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

No Comments