sábado, 25 de agosto de 2012

            Minha felicidade era plena, um amor sem tamanho, sem limites, eu ultrapassava qualquer medo por a Bia, porque para mim aquele pedido de casamento foi a maior prova de amor que eu recebi na minha vida. Fugi algumas vezes para vê-la, fizemos amor no quarto dela na cidade que ela morava e detalhe o avô dela estava em casa e ficava chamando por ela o tempo inteiro atrapalhando o nosso momento, mas enfim foi perfeito e mais perfeito ainda foi ver fotos minha na porta do quarto, na capa do caderno dela e tudo  para mim era prova do quanto ela me amava e se importava comigo.
            Conheci as amigas dela, fui na escola dela, andamos de mãos dadas sem medo de ninguém, ela me deixava muito segura. Nos beijamos na rua, nos provocamos e fizemos amor em lugares inusitados. Um desses lugares foi a pracinha da cidade dela, tudo muito discreto para ninguém perceber. A nossa vida estava perfeita e eu estava muito, mais muito feliz e fazia tudo por ela. 
            Sempre fui muito ciumenta, porém eu confiava nela, afinal ela era o amor da minha vida e  foi a mim que ela escolheu para viver o resto da vida dela, era comigo que ela fazia planos de ter filhos, de morar fora, de construir uma estrutura familiar, a gente não brigava, ela também fazia tudo por mim e eu vivia sempre em busca de agradá-la de alguma forma. Porém todo relacionamento tem sua crise e estava chegando o dia da nossa. 
             Bia escondia de mim muitas coisas, mas eu sempre perguntava a ela o que estava acontecendo,  porque eu sempre fui muito aberta com ela a respeito de tudo da minha vida, só que eu conhecia ela, conhecia aquele olhar e sabia que tava acontecendo algo, pois tentei mexer na bolsa dela por duas vezes e ela não aceitou, tentei pegar no caderno dela e ela não deixou, eu conversava muito com ela, porque eu sou uma pessoa bastante desconfiada, acho que foi uma mania que peguei com minha mãe, enfim eu não estava enganada e de tanto eu perguntar Bia veio me dizer que estava doente, que era um problema de infância que ela tinha no coração, mas ela não estava preparada para falar sobre aquilo e que dentro da bolsa estavam os exames dela, eu aceitei calada, mas eu tinha certeza que estava faltando alguma coisa.
                A estrutura do nosso relacionamento foi ficando fraca e eu cheguei a um ponto de não aguentar mais por não saber o que estava acontecendo e comecei a estourar aos poucos, até que Bia disse que os dias dela estavam contados e ela não teria muito tempo de vida, que doía bastante nela fazer planos comigo que ela não poderia realizar, mas que eu era a única coisa boa que apareceu na vida dela e que estava fazendo bem para ela e a saúde dela, que era o ponto mais importante para mim.   

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