terça-feira, 7 de agosto de 2012

          Como iríamos fugir? Sim, estávamos fugindo e eu só pensava em não voltar mais, por vergonha, medo, decepção, por estar abandonando minha mãe e ferindo muita gente quando descobrissem o motivo. Pensei muito e me veio em mente o nome da pessoa que poderia me ajudar, claro o Rique, como não pensei antes? Liguei para alguns contatos e peguei o numero dele. Não disse nada além de que precisava da ajuda dele e de um carro. Ele conseguiu um carro e veio até a minha casa quando me pediu uma explicação:

Rique - O que esta acontecendo?
Marmara - Eu gosto de uma menina e minha mãe descobriu.
Rique - O que? (Com as mãos tremulas) Não estou acreditando, você? A menina que todo menino deseja. Não acredito Marmara. Por que isso? Me explica?
Marmara - Não tenho muito tempo, me ajuda por favor, minha mãe chega daqui a pouco, temos que ir e é pra fora da cidade. 

           Para o dono do carro deixar a gente sair tive que mentir para ele e fomos busca o restante das minhas roupas na casa da lavadeira, menti para ela também dizendo que iria viajar, juntei tudo e só joguei na mala do carro. Só que tínhamos outro imenso problema, falta de dinheiro, então liguei para Liu chorando, fui no trabalho dela e ela conseguiu dinheiro com a mãe dela, tive que ir buscar na casa dela e mais uma vez a terceira mentira: 

Mãe de Liu - Vamos conversar o que esta acontecendo?
Marmara - Minha mãe me expulsou de casa e eu vou para a casa de uma prima minha em outra cidade e preciso de dinheiro.
Mãe - O que vc fez? Cade suas coisas? Traga pra cá, fique aqui.
Marmara - Minhas coisas estão no carro, não posso ficar aqui. (aos prantos sai correndo)

              Fomos para a casa da avó de Bia, o caminho não foi longo, eu me sentia feliz e segura, mas via que tinha muita coisa a ser esclarecida, sentia na pele o medo que a Bia sentia, minhas carnes tremiam por dentro de forma incontrolável, meu choro cessou, veio o sorriso em minha face. Chegamos, enfim chegamos a meu novo lar, passamos por uma estrada de terra complicada, carregamos minhas coisas nas mãos correndo, jogamos tudo em cima de uma cama, de todo jeito, mas não podíamos ficar lá, pois estava apenas o avô de Bia. Ter que voltar para mim era um problema, mas era nossa única solução, teríamos que ficar na casa da tia de Bia. O que seria de mim e do meu futuro agora?      

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